Maranhense desbrava belezas do Estado viajando em fusca equipado com cama e fogão
Veio a pandemia de Covid-19 e diante de tantas perdas, entre
familiares e amigos, o vendedor de Alto Alegre do Maranhão, de 36 anos, após
muitas reflexões sobre a vida, resolveu transformar este momento obscuro em
combustível para uma vida nova. E bota combustível nisso porque a viagem é por
todo o Maranhão a bordo de um fusca azul de 1974, desbravando, especialmente,
as belezas naturais do Estado.
Numa terça-feira, 22 de junho, Dia Mundial do Fusca, ele
tomou a partida para desbravar os 217 municípios maranhenses, com um orçamento
vindo de pequenos patrocínios, em torno de R$ 250 de cada empresário. Além
disso, o maranhense vendeu alguns pertences para conseguir somar um valor
maior. Para seguir viagem com um mínimo de conforto, ele também precisou realizar
adaptações no carango, que tem fogão a gás, bagageiro no teto e até cama, ou
seja, uma espécie de mini motorhome.
Inicialmente, a viagem foi pensada para ser finalizada em um
mês, mas o maranhense acabou estendendo mais o trajeto já que optou por ficar
um pouco mais em cada município, até para mostrar não só os pontos positivos,
mas as necessidades de cada canto do Maranhão. “Rodo dentro da cidade, vou no
interior e tudo mais. Demoro muito em cada cidade”, relata.
Segundo ele, o maior perrengue até o momento aconteceu no
município de Primeira Cruz, onde fica a Lagoa do Cassó. “Quando fui a Cassó,
conheci uma estrada que dá pra lá e tentei encarar. Fiquei sem combustível na
volta, mas encontrei uma casa que vendia. A moça me vendeu dois litros. Esse
foi o maior perrengue que tive”, destaca, acrescentando que o preço da gasolina
foi um dos fatores que mais contribuiu para que a grana voasse em pouco tempo.
Agora, ele conta de ajuda de alguns amigos para continuar se mantendo firma na
aventura.
Sinaldo ainda afirma que não se deparou com nenhum problema
mecânico que trouxesse muita dor de cabeça. Para ele, o que tem sido mais
complicado é encontrar banheiro, tomar banho e lavar as roupas. “Essas coisas
corriqueiras que a gente tem em casa e não valoriza. Quem tá na estrada
valoriza muito”, diz.
A viagem é toda registrada nas redes sociais do alto-alegrense. Entre os planos futuros está a produção de um e-book com toda a história do “fusqueiro viajante” pelo Maranhão e também a criação de um site para vender souvenirs personalizados e garantir uma renda para novos roteiros pelo Brasil e pelo mundo.
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