MP denuncia envolvidos em fraude em empréstimos a agricultores de Bom Jardim
Grupo, de seis pessoas, liderado pelo vereador Antônio Cesarino prometia facilitar acesso a valores de R$ 5 mil a 15 mil. Mais de cem pessoas caíram no golpe.
O Ministério Público do Maranhão (MPMA), ofereceu, em 1 º de
julho, Denúncia contra seis envolvidos em uma fraude em empréstimos de um
programa de crédito rural do Banco do Nordeste, o Agroamigo - intermediado pela
Secretaria de Agricultura de Bom Jardim.
O grupo era liderado pelo vereador e pelo ex-presidente do
sindicato de trabalhadores rurais do município, Antônio Gomes da Silva (mais
conhecido como Antônio Cesarino). A denúncia foi assinada por Fábio Santos de Oliveira, promotor de justiça, bastante atuante e combativo a corrupção.
Na manifestação, também são denunciados o diretor agrícola
do sindicato, Francinaldo da Silva; o técnico agrícola Jamilson Pereira Sousa; os sócios-proprietários da empresa Projetos
Agropecuários e Georeferenciamento (Progeo), Marcelo Nascimento e Alexandre
Silva Santos, e o representante da referida empresa, Romário Moraes de
Oliveira.
Foi apurado que Antônio Cesarino juntou-se aos outros réus
para passar por pessoas que facilitariam os empréstimos do programa a
produtores rurais. Para tal, foi aberta a empresa M do Nascimento Engenharia,
com o nome fantasia de Progeo.
Cesarino prometia aos trabalhadores facilitar o acesso a
valores de R$ 5 a
15 mil. Para obter os empréstimos, trabalhador rural deveria pagar, além das
taxas de filiação, R$ 25 para obter a carteira do sindicato.
Cem trabalhadores rurais, em sete povoados de Bom Jardim
foram vítimas do grupo. Somente em um povoado o grupo fez 26 vítimas, que
pagaram aos denunciados aproximadamente R$ 6 mil.
Empresa de "fachada"
Em maio de 2017, Romário Oliveira convidou o técnico
agrícola Jamilson Ferro para “emprestar” o nome dele para abrir uma empresa de
“fachada”. Entretanto, o técnico não pôde fazer isto porque é servidor público.
Jamilson Ferro convidou Marcelo Nascimento, que receberia
50% do lucro obtido com o golpe. Marcelo Nascimento convidou Alexandre Santos
para criar a Progeo. Em agosto de 2017, a empresa foi criada com as cotas
societárias de 80% para Marcelo e 20% para o primeiro.
De acordo com a Denúncia, Marcelo Nascimento forjou um
contrato de serviços, pelo qual Romário Oliveira teria sido contratado para 30
horas semanais de trabalho. Jamilson Ferro procurou o diretor do sindicato de
trabalhadores rurais, Francinaldo da Silva, e o vereador e ex-presidente do
sindicato, Antônio Cesarino.
“Apesar de Antonio Cesarino ser o último a se juntar ao
grupo, ele logo assumiu a liderança do grupo porque já tinha grande contato com
a população rural, por ser presidente do sindicato”, afirma o promotor.
Cesarino também responde a vários
inquéritos. Recentemente foi condenado a quatro anos e cinco meses de prisão.
Jamilson Ferro, Marcelo Nascimento e Alexandre Santos
exercia funções burocráticas no grupo. Antonio Cesarino, Romário Oliveira e
Francinaldo da Silva iam aos povoados levando as promessas de crédito falso aos
agricultores.
Na Denúncia, o MPMA requer a condenação dos denunciados por
crimes de estelionato, associação criminosa, falsidade ideológica e uso de
documento falso, o que implica em penas de reclusão que variam de três a 10
anos de reclusão, além do pagamento de multa.
Deixe um comentário