Moradores realizaram manifestação contra reintegração de posse em Santa Inês
Pré-candidato a prefeito de Bom Jardim, Alcionildo Matos, tenta desempossar moradores de comunidade de agricultores que residem em bairro de Santa Inês há mais de 20 anos. A reintegração da posse foi suspensa.
Na manhã desta terça-feira (23), moradores de uma área de 54 hectares na
localidade conhecida como “Bananal”, às margens da BR-316, em Santa Inês,
realizaram uma manifestação contra uma reintegração de posse, Pneus foram
queimados e a rodovia federal chegou a ser interditada.
De acordo com os próprios moradores, o terreno foi cedido por
um ex-prefeito do município e o último gestor Ribamar Alves teria leiloado a
área, que foi arrematada por aproximadamente R$ 500 mil pelo empresário e
pré-candidato a prefeito de Bom Jardim, Alcionildo Matos.
Ainda segundo as informações, Ribamar teria contraído
dividas, com Alcionildo, durante a campanha para conseguir se eleger prefeito,
como forma de pagar decidiu baixar um documento, uma manobra para poder
realizar um leilão da área onde o povo vive há mais de 20 anos.
A reintegração foi requerida pelo empresário Alcionildo Matos, que teria comprado a área em um leilão feito pela prefeitura de Santa Inês, na gestão do ex-prefeito Ribamar
Alves. No entanto, moradores e autoridades municipais contestam a legitimidade
do leilão na justiça.
Os moradores alegam que não sabiam dessa venda. Dezenas de
policiais militares foram convocados para a reintegração que não chegou a acontecer.
“Tem gente com 22, 23 anos. Aqui tem banana, abacaxi. Eu crio peixe, bode e se
sair daqui onde vamos colocar?“, questionou um morador.
Policiais Militares foram acionados para dá cumprimento a decisão de reintegração de posse. |
Ao todo, 150 policiais militares foram ao local para cumprir
a ordem judicial. “Nós vamos, através da oficial de justiça, ela vai no
momento suspender, vai fazer um relato ao juiz, já comunicou ao juiz, dessa
impossibilidade da realização agora nesse momento dessa reintegração para
podermos da ciência as autoridades superiores desse fato.” disse em entrevista
o comandante da CPAI8, coronel Machado.
“Existe um procedimento investigativo sobre um leilão que
foi vendido esse imóvel. Esse imóvel foi vendido por 540 mil reais e a
avaliação dele é de 80 milhões de reais. O Ministério Público solicitou a
investigação e a anulação desse leilão. Na sexta-feira, o juiz da primeira vara,
deferiu uma liminar parcialmente, dizendo que não poderia modificar a estrutura
desse imóvel, ou seja, essa reintegração poderia existir, mas não poderiam
modificar, derrubar com tratores. A prefeita também fez um decreto anulando
esse leilão”, esclareceu o advogado dos moradores, Márcio Beckman em
entrevista.
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