Ex-prefeita 'ostentação' é condenada por desvio de dinheiro na compra de caixões
Além de Lidiane, outras três pessoas e a 'funerária São João' foram condenadas por fraudar licitação e desviar R$ 135 mil na compra de caixões. Esta é segunda vez, somente este mês, que a ex-prefeita é condenada pela Justiça.
A ex-prefeita de Bom Jardim, Lidiane Leite da Silva e outras
três pessoas e a Funerária São João foram condenadas pela Justiça do Maranhão
por fraudes em licitação e por desviar R$ 135 mil na compra de caixões feitos
irregularmente. Lidiane Leite ficou conhecida como ‘prefeita ostentação’ por
exibir uma vida luxuosa nas redes sociais, enquanto exercia o cargo de
prefeita.
Além de Lidiane, foram condenados o ex-secretário de
articulação política, Humberto Dantas; Marcos Fae Ferreira França; Rosyvane
Silva Leite a Funerária São João, que é de propriedade de Lidiane. Todos eles
foram denunciados pelo Ministério Público Estadual e Executivo Municipal.
A decisão do juiz Bruno Barbosa Pinheiro, da comarca de Bom
Jardim, condenou os réus a ressarcir R$ 135 mil que foram desviados, com juros
e correção monetária. Além disso, Lidiane a as outras quatro pessoas tiveram
seus direitos políticos suspensos por cinco anos, proibidos de contratar com o
poder público, receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios por
cinco anos e devem pagar uma multa equivalente a duas vezes o valor do dano.
De acordo com a decisão, foram constatadas inúmeras
irregularidades cometidas pelo Pregão Presencial nº 21/2013, que deram indícios
que os cinco condenados forjaram uma licitação para realizar os desvios de
verbas. Entre as irregularidades, estão a ausência de justificativa para
contratação, pesquisa de preço para composição do orçamento base da licitação,
divergência na descrição do objeto da licitação e os que constam no Termo de
Referência e no edital, dentre outras.
As quatro pessoas teriam funções específicas na fraude da
licitação, segundo a condenação. Humberto Dantas, ex-secretário e
ex-companheiro de Lidiane, determinava o nome de quem seria contratado para
participar da Comissão de Licitação do município e Lidiane Leite, assinava os
documentos necessários para transparecer que o processo estava sendo realizado
legalmente.
Marcos Fae Ferreira, era pregoeiro municipal de Bom Jardim e
emitia atas com dados falsos ou omitindo detalhes para demonstrar que a
licitação estaria sendo realizada de forma correta. Já Rosyvane Silva Leite,
proprietária da funerária São João junto com Lidiane, agia com os demais
condenados e se beneficiava das verbas por meio do contratado da sua empresa
com o município.
Ainda de acordo com o juiz Bruno Barbosa Pinheiro, o
contratado entre a prefeitura de Bom Jardim e a funerária São João era no valor
de R$ 135 mil, com o fornecimento de 220 uras funerárias populares, sendo 25 do
tipo “luxo” e 20 “superluxo”, que tinham quantidade acima do necessário par ao
município. Além disso, os caixões também foram divididos em categorias, de
acordo com a classe econômica de cada beneficiado.
Outras condenações
No último dia 18, Lidiane Leite e outras duas pessoas foram condenadas pela Justiça por improbidade administrativa referente a fraudes na licitação nº 01/2013. Além de Lidiane, foram condenados Humberto Dantas dos
Santos e Raimundo Antonio Carlos Mendes e a empresa Petlas Construções e
Serviços LTDA.
Todos eles foram condenados a ressarcir o município de Bom
Jardim no valor de R$ 915.074,57, que corresponde ao valor do contrato
irregular. Os condenados tiveram os direitos políticos suspensos por cinco anos
e devem pagar uma multa equivalente duas vezes o valor do dano.
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