Ex-prefeita Lidiane Leite participa de audiência em Bom Jardim
Ela responde por processos em desvios de verbas da Educação por meio de fraudes em licitações e por irregularidades no aluguel de veículos para a Prefeitura.
A audiência de um dos processos que têm como réus Lidiane
Leite, ex-prefeita do município de Bom Jardim, a 275 km de São Luís, e o
ex-companheiro dela e ex-secretário de Assuntos Políticos de Bom Jardim, Beto
Rocha, foi realizada na quinta-feira (13) na cidade. Neste processo, eles
respondem por desvios de verbas da Educação por meio de fraudes em licitações
de reformas de escolas e também por irregularidades no aluguel de veículos para
a Prefeitura de Bom Jardim.
O Ministério Público diz que tudo começou quando em 2012
Beto Rocha foi impedido de ser candidato e para ter alguém da confiança dele na
prefeitura indicou como substituta Lidiane, que na época era mulher dele.
Eleita, Lidiane Leite nomeou Beto secretário e chefe da Comissão de Licitação.
O promotor de Justiça, Fábio Santos de Oliveira, que nos
processos estão sendo apurados a falta de prestação de serviços por meio dos
veículos que não foram utilizados e ainda a reforma que não ocorreu nas três
escolas que estavam licitadas no valor de 1 milhão e 300 mil.
“Nessa Ação nossa o Ministério Público imputa a Lidiane
Leite, ao Beto Rocha e a organização criminosa que se instala em Bom Jardim o
desvio de aproximadamente quatro milhões, sendo dois milhões e 700 mil apenas
para locação de veículos dos quais na presente instrução está se configurando
que realmente os veículos nem prestaram serviço em Bom Jardim e mesmo assim
foram desviados dois milhões e 700 mil só para aluguéis de veículos. Além
disso, está sendo também apurado a reforma das escolas que não ocorreram, pelo
não nas três escolas que estavam licitadas no valor de 1 milhão e 300 mil”,
contou o promotor Fábio Santos de Oliveira.
O processo está agora na fase de instrução em que a acusação
e defesa apresentam seus argumentos e alegações. Após ouvir o Ministério
Público, os réus, os advogados dos réus e as testemunhas o juiz então marcará o
julgamento.
Apesar de Lidiane Leite afirmar ser vítima ao alegar que
apenas cumpria ordens e que quem mandava de fato na prefeitura era Beto Rocha,
na acusação o promotor Fábio Santos diz que ela participou ativamente e se
beneficiou do esquema. “Infelizmente a alegação dela de que ela era uma mera
participante não se confirmou e na verdade se confirma a versão do Ministério
Público que ela teve participação pelo menos na execução da fraude”.
O advogado de Lidiane, Berilo Freitas, argumenta que a
ex-prefeita não tinha poder de decisão na Prefeitura de Bom Jardim. “Ela não
tinha poder nenhum sobre nenhuma decisão, nenhuma contratação e nenhum tipo de
pagamento. Ela nega veementemente que tenha ela mesma efetuado pagamento e
desviado qualquer tipo de verba ou recurso da prefeitura”.
A última audiência de instrução do processo foi marcada para
o próximo dia 30 de outubro. O juiz vai ouvir apenas os depoimentos dos réus.
Lidiane Leite, que junto com Beto Rocha, responde ainda por
desvio de verbas da merenda escolar, ficou conhecida como a “prefeita
ostentação” por conta da vida de luxo que exibia nas redes sociais. Antes de
completar dois anos de mandato, ela, Beto, e o então secretário de Agricultura,
Antônio Cesarino foram presos pela Polícia Federal. Hoje, eles respondem em
liberdade.
Relembre o caso
Lidiane, que ficou conhecida como "prefeita
ostentação" por exibir uma vida de luxo nas redes sociais, foi condenada
em março de 2017 por improbidade administrativa e em setembro teve R$ 12
milhões bloqueados por determinação judicial. Ela foi presa no dia 28 de
outubro de 2015, na sede da Polícia Federal, em São Luís, depois de passar 39
dias foragida após ter a prisão decretada pela PF por suspeita de
irregularidades encontradas em contratos firmados com
"empresas-fantasmas".
Após 11 dias encarcerada, ela foi solta pela Justiça sob a
condição de uso de uma tornezeleira eletrônica.
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