Condenados por fraude em licitação são presos em Bom Jardim
Justiça condenou a ex-prefeita Lidiane Leite, o ex-secretário de Articulação Política Beto Rocha, e mais duas pessoas por fraude em licitação de serviço funerário.
A Ex-prefeita Lidiane Leite e mais três pessoas foram condenadas por fraude em licitação de serviço funerário. |
Após Denúncia do Ministério Público do Maranhão, o Poder
Judiciário condenou e determinou a prisão, nesta sexta-feira, 1º de dezembro,
da ex-prefeita de Bom Jardim, Lidiane Leite da Silva; do ex-secretário de
Articulação Política, Humberto Dantas dos Santos (Beto Rocha); do ex-pregoeiro da Comissão
Permanente de Licitação, Marcos Fae Ferreira França; e da proprietária da
empresa Funerária São João, Rosyvane Silva Leite, pelos crimes de fraude de
licitação, falsidade ideológica, associação criminosa e crime de responsabilidade.
Foram cumpridos os mandados de prisão de Marcos Fae Ferreira
França e Rosyvane Silva Leite. Humberto Dantas dos Santos está foragido e
Lidiane Leite da Silva teve a prisão domiciliar decretada pela Justiça.
Esquema Fraudulento
A contratação ilegal de empresa especializada em serviços
funerários, no valor de R$ 135 mil, para atender a população de Bom Jardim,
motivou o MPMA a oferecer Denúncia criminal, em 14 de julho deste ano, contra
os ex-gestores e a proprietária da empresa beneficiada. No dia 5 de julho,
também foi ajuizada Ação Civil Pública (ACP) por atos de improbidade
administrativa contra os mesmos acusados.
O pregão presencial, promovido pela Prefeitura de Bom
Jardim, em abril de 2013, previa o fornecimento de 220 urnas funerárias
populares, 25 classificadas de “luxo” e 20 “super-luxo”.
A documentação do processo licitatório foi analisada pela
Assessoria Técnica da Procuradoria Geral de Justiça, que detectou
irregularidades como ausência de justificativa para contratação, emitida pela
autoridade competente; ausência de pesquisa de preço para composição do
orçamento base da licitação; ausência de comprovação de publicação do resumo do
edital na internet e em jornal de grande circulação.
O MPMA também detectou que o parecer jurídico sobre as
minutas do edital e do contrato foi emitido em 13 de março de 2013, porém o
edital é de 15 de fevereiro de 2013. O Termo de Referência é 28 de fevereiro e
a autorização do certame tem data de 8 de março de 2013.
Segundo o promotor de justiça Fábio Santos de Oliveira,
autor da Denúncia e titular da Comarca de Bom Jardim, o fato de o parecer
jurídico, o termo de referência e a autorização do certame terem sido
produzidos com data posterior à data do edital comprovam que o pregão foi um procedimento
montado para desviar recursos e beneficiar os denunciados.
Condenações
Lidiane Leite foi condenada a 14 anos e um mês de reclusão e
seis anos de detenção, com cumprimento inicial da pena privativa de liberdade
em regime fechado. Ela também foi condenada ao pagamento de 980 dias-multa.
Como foi mantida, inicialmente, em prisão domiciliar, a
ex-prefeita pode apelar da decisão nesta condição.
Humberto Dantas dos Santos foi condenado a 17 anos e nove
meses de reclusão e sete anos e quatro meses de detenção, com cumprimento
inicial da pena privativa de liberdade em regime fechado e pagamento de 1170
dias-multa.
Marcos Fae Ferreira França foi condenado a 13 anos e seis
meses de reclusão e cinco anos e dois meses de detenção, com cumprimento inicial
da pena privativa de liberdade em regime fechado e pagamento de 980 dias-multa.
Rosyvane Silva Leite foi condenada a dez anos e dez meses de
reclusão e quatro meses de detenção, com cumprimento inicial da pena privativa
de liberdade em regime fechado, além do pagamento de 820 dias-multa.
Cada dia-multa equivale a dois salários-mínimos. A sentença
é do juiz Raphael Leite Guedes.
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