Justiça Federal nega pedido de suspensão das provas do Enem
Ocupação nas escolas motivou pedido do MPF na quarta. Ação foi julgada nesta quinta-feira (3) em caráter liminar.
A Justiça Federal no Ceará negou, nesta quinta-feira (3), o
pedido do MPF-CE de suspensão das provas do Enem 2016 previstas para ocorrer
nos dias 5 e 6 de novembro em todo o país. Na decisão, de caráter liminar, a
juíza Elise Avesque Frota diz que "apesar da diversidade de temas que
inafastavelmente ocorrerá com a aplicação de provas de redação distintas,
verifica-se que a garantia da isonomia decorre dos critérios de correção
previamente estabelecidos". A juíza
argumenta ainda que nos critérios de correção "há ênfase na avaliação do
domínio da língua e de outras competências que não têm 'o tema' como ponto
central".
O procurador Oscar Costa Filho, que fez o pedido de adiar o
exame por conta da ocupação dos locais de prova, disse que vai insistir na
suspensão da validade da nota da redação até que seja julgado o mérito da
questão. Nesta quinta, o procurador propôs essa alternativa à Justiça.
Costa Filho havia pedido na quarta-feira (2) a suspensão do
Enem em todo o Brasil devido à ocupação em escolas onde mais de 191 mil
candidatos fariam a prova. De acordo com o MEC, essas pessoas fariam a prova em
nova data, 3 e 4 de dezembro. O procurador da República no Ceará entendeu que,
devido à teoria de resposta ao item, os candidatos fariam a prova com o mesmo
nível de dificuldade, mesmo em datas e com exames diferentes. No entanto,
conforme o procurador, a redação com temas diferentes traria desequilíbrio na
seleção, o que "fere a isonomia" do concurso.
MEC
Em nota, o Ministério da Educação (MEC) afirmou que solicitou
à Advocacia Geral da União (AGU) que apresente para a Justiça Federal os fatos
que demonstram o grave equívoco na argumentação apresentada pelo procurador
Oscar Costa Filho.
Segundo o MEC, “todo ano, o Enem realiza dois tipos de prova
e, consequentemente, duas redações. As provas do Enem têm o mesmo princípio da
equivalência garantindo igualdade de condições a todos os inscritos”. Por fim o MEC diz lamentar “qualquer
tentativa que venha gerar insegurança e tumultuar um Exame que afeta a vida de
8,6 milhões de estudantes e seus familiares”.
A AGU afirmou que "atuará judicialmente para defender a
regularidade das medidas adotadas pelo Ministério da Educação e pelo Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e na
manutenção do calendário de provas".
Na terça-feira (1º), a presidente do Inep, Maria Inês Fini,
afirmou que a nova prova do Enem, a ser aplicada em dezembro, já foi elaborada
e não vai afetar o equilíbrio entre os participantes, pois descarta a
possibilidade de uma prova ser mais "difícil" que a outra. "A
prova é equivalente", afirmou ela. A base dessa argumentação é a chamada
de Teoria de Resposta ao Item, ou TRI, que é a metodologia usada na correção.
Nesta terça-feira o Inep anunciou o adiamento do Enem 2016
para 191 mil alunos. Eles fariam a prova em 304 escolas ou universidades que
foram alvo de ocupações estudantis e ainda seguiam ocupadas na manhã de
terça-feira. No dia 19 de outubro, o ministro da Educação, Mendonça Filho,
havia dado um prazo para a desocupação das escolas até as 23h59 de segunda-feira
(31).
Os estudantes que tiveram o Enem adiado já começaram a ser
avisados por SMS e e-mail. Eles deverão fazer a prova do Enem nos dias 3 e 4 de
dezembro.
Fonte: G1
Fonte: G1
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