Ação judicial pode suspender o Enem 2016 deste fim de semana
MPF-CE pediu na Justiça que o Enem 2016, que acontece neste fim de semana, seja suspenso para todos os candidatos, e não adiado apenas para parte deles.
A Edição 2016 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)
acontece neste sábado (5) e domingo (6), mas, desde terça-feira (1º), uma série
de eventos afeta a realização das provas. Na terça, o Ministério da Educação
anunciou que a prova foi adiada para 191 mil candidatos de 18 estados e do
Distrito Federal.
Mas, na quarta-feira, o Ministério Público Federal do Ceará
entrou com uma ação civil pública para suspender o exame deste fim de semana
para todos os 8,6 milhões de candidatos em todo o Brasil. O MEC afirmou que já
acionou a Advocacia Geral da União (AGU) para derrubar a ação na Justiça, até a
noite desta quarta, não havia decisão judicial sobre o assunto.
O que diz a ação judicial que pede a suspensão do Enem?
O procurador da República no Ceará, Oscar Costa Filho, pediu
nesta quarta a suspensão do Enem porque considera que adiar as provas para um
grupo de pessoas pode ferir a isonomia do exame, ou seja, não oferecer as
mesmas condições a todos os candidatos.
"O MEC aplica a teoria da resposta ao item (TRI) na
prova objetiva, o que equilibra o nível de dificuldade da prova para todos os
candidatos, o que significa que mesmo os que fazem uma segunda prova com questões
de conteúdo diferente, elas têm em comum o mesmo grau de dificulldade. Nesse
caso, o princípio da igualdade está preservado. O mesmo não se dá com a
redação, porque tendo temas diferentes você não tem como dizer que o nível de
dificuldade seja o mesmo"
O que o MEC diz sobre essa ação judicial?
Assim que foi informado sobre a ação, o Ministério da
Educação anunciou que tentaria derrubar o pedido do MPF-CE. Em nota divulgada
na tarde desta quarta-feira, o MEC diz que há um "grave equívoco na
argumentação apresentada pelo procurador do Ceará", e que "é
lamentável qualquer tentativa que venha gerar insegurança e tumultuar um Exame
que afeta a vida de 8,6 milhões de estudantes e seus familiares".
A AGU afirmou que "atuará judicialmente para defender a
regularidade das medidas adotadas pelo Ministério da Educação e pelo Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e na
manutenção do calendário de provas".
Na terça-feira, a presidente do Inep, Maria Inês Fini,
afirmou que a nova prova do Enem, a ser aplicada em dezembro, já foi elaborada
e não vai afetar o equilíbrio entre os participantes, pois descarta a
possibilidade de uma prova ser mais "difícil" que a outra. "A
prova é equivalente", afirmou ela. A base dessa argumentação é a chamada
de Teoria de Resposta ao Item, ou TRI, que é a metodologia usada na correção.
Quando essa ação será julgada?
A ação será julgada pelo juiz Ricardo Cunha Porto, titular
da 8ª Vara da Justiça Federal no Ceará. Caso a Justiça aceite os argumentos do
procurador, a mudança no calendário do Enem é válida para todo o Brasil. Devido
à urgência, o pedido deve ser julgado até sexta-feira (4), de acordo com a
Justiça Federal.
Como essa decisão pode afetar os candidatos?
Para os 191 mil candidatos que já tiveram a prova adiada, a
decisão não tem valor imediato, a não ser que a data mude novamente. Porém, já
é certo que nenhum deles poderá fazer o Enem neste fim de semana, pois o Inep
afirmou que não vai rever o adiamento desses 303 locais de prova, mesmo que
eles sejam desocupados até esta sexta-feira.
Para os demais candidatos, as provas deste fim de semana
seguem confirmadas até que a Justiça avalie a ação. Caso o juiz decida
suspender o Enem deste fim de semana, a prova será realizada em outra data.
Porém, caso o juiz negue o pedido, e mantenha a data do exame, os candidatos
que não fizerem a prova neste fim de semana serão eliminados do Enem 2016.
Fonte: G1
Fonte: G1
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