Justiça determina que o aplicativo WhatsApp volte a funcionar no Brasil
Uma decisão desta quinta-feira (17) do Tribunal de Justiça
de São Paulo determinou o restabelecimento do aplicativo de mensagens WhatsApp
no Brasil. As operadoras de telefonia móvel ainda vão ser notificadas da
determinação.
De acordo com a decisão do desembargador Xavier de Souza,
"em face dos princípios constitucionais, não se mostra razoável que
milhões de usuários sejam afetados em decorrência da inércia da empresa"
em fornecer informações à Justiça.
Retorno imediado do app
"Cumprimos a ordem para bloquear e para desbloquear.
Independentemente de termos prejuízo em relação à nossa imagem, por cumprir
tudo que a justiça brasileira determina", diz Eduardo Levy, presidente do
SindiTeleBrasil, ao G1. As empresas vão cumprir imediatamente o que a Justiça
determinou. Usuários de Claro, Tim e Vivo relataram o retorno.
Em nota publicada no site do Tribunal de Justiça de São
Paulo, o desembargador afirma ainda que considera o aumento do valor da multa
uma solução adequada, "para inibir eventual resistência da
impetrante".
Isso porque, segundo o TJ-SP, o WhatsApp não atendeu a uma
determinação judicial de 23 de julho de 2015. A empresa foi notificada mais uma vez em
7 de agosto, com uma multa fixada em caso de não cumprimento.
O WhatsApp não atendeu à determinação novamente, de acordo
com o TJ-SP. Por isso, "o Ministério Público requereu o bloqueio dos
serviços pelo prazo de 48 horas, com base na lei do Marco Civil da
internet".
O caso
Na quarta-feira (16), as principais operadoras de telefonia
móvel do Brasil foram intimadas pela Justiça a bloquear o WhatsApp em todo o
território nacional por 48 horas. O bloqueio começou a valer à 0h de quinta
(17).
O recebimento da determinação judicial foi confirmado pelo
Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviços Móvel Celular e
Pessoal, o SindiTelebrasil, que representa as operadoras Vivo, Claro, Tim, Oi,
Sercomtel e Algar.
A Justiça em São Bernardo do Campo, no ABC paulista,
determinou a derrubada do WhatsApp por 48 horas por causa da investigação de
uma quadrilha de roubo a banco e caixas eletrônicos, de acordo com o SPTV.
Segundo o SPTV, a determinação judicial foi uma punição ao
Facebook, dono do WhatsApp, que não liberou mensagens usadas pelos criminosos
no aplicativo para a investigação policial. A quadrilha é investigada há dois
meses.
A Justiça havia autorizado a interceptação das conversas
pelo WhatsApp para investigar a facção criminosa que também tem envolvimento
com o tráfico de drogas. A decisão foi da
juíza da 1ª Vara Criminal de São Bernardo, Sandra Marques, que tinha
autorizado e determinado o grampo oficial e ainda estabeleceu multa diária de
R$ 100 mil em caso de descumprimento.
Como o WhatsApp não se manifestou, a multa já estaria em R$
6 milhões, de acordo com o SPTV. Diante disso, a polícia e o Ministério Público
(MP) pediram a interrupção do serviço à Justiça, que concordou.
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